A produção do conhecimento , tal como é aceito pela comunidade científica, requer uma fundamentação teórica que serve de alicerce para sua validação. Nessa perspectiva, é necessário construir uma argumentação baseada, necessariamente, em ideias anteriores, através de uma vasta revisão de literatura.
Visto assim, toda produção de conhecimento onde se leva em consideração o modelo proposto pela comunidade acadêmica, implica numa articulação de vários pensamentos para produção de um “novo” texto que no fundo é um conjunto de textos anteriores. Afinal, o conhecimento produzido de forma não teórica se traduz no mito ingênuo de gênios superdotadas produzidos pelas fabulas medievais. Aliás, ainda bem que, o “humilde” Isaac Newton publicou em sua obra a seguinte confissão: “Só fiz o que fiz apoiado em ombros de gigantes[1]”
Só para citar o exemplo de outro “gênio” da Física, temos o caso de Albert Einstein, que produz sua teoria da Relatividade inspirado por várias outras teorias não menos importante que a sua, tal como o caso do Eletromagnetismo de Maxwell, ou a hipótese quântica de Planck para a luz. Aliás a história da ciência nos conta várias dessas situações controversas sobre a autoria do conhecimento.
Visto desse ângulo, acreditamos que a produção teórica implica em parceria. O que nos cabe perguntar, qual a linha tênue que separa a co-autoria do plágio puro e simples. A resposta para essa questão, a primeira vista, concentra-se no fator da ética. Uma das regras básicas da produção acadêmica, pressupõe a referência de todos os matérias pesquisados para a construção do argumento teórico. Entretanto na perspectiva das múltiplas fontes propiciadas pelas TIC, e consequentemente do bombardeamento de informações o qual somos submetidos, até que ponto somos obrigados ou capazes de lembrar de todas nossas fontes de pensamento? Afinal, há propriedade no conhecimento?
Espero que não.
[1] Newton fez alusão ao trabalho de Galileu Galilei, que serviu de base empírica para mecânica newtoniana.