A sociedade contemporânea tem sido marcada por transformações significativas no campo das tecnologias da informação e comunicação, provocando, a cada novo artefato desenvolvido, novas formas de se comunicar, a ponto de autodenominar-se Sociedade da Informação. Entretanto, não são todos os setores da sociedade, em especial as Escolas, que conseguem se beneficiar do potencial oferecido pelas TIC.
Para isso seria necessária a superação de barreiras políticas, econômicas e culturais, que exigiriam um esforço social conjunto sem precedentes. Penso que não adianta a implementação de programas de universalização das TIC nas escolas, vinculados a concessão de monopólios para empresas privadas. Neste modelo, os projetos além de passarem pelo crivo político e suas barreiras burocráticas e partidárias, acabam caindo no descaso de sua própria concepção. Tais iniciativas estão fadadas ao fracasso, pois capitalismo e inclusão social é um binômio mutuamente excludente. Mais do que isso, do ponto de vista político e econômico, a quem interessaria uma sociedade “incluída” socialmente? Para os poderosos seria dar um tiro no próprio pé. Por isso, é mais fácil ensinar a apertar botões, e fomentar projetos de inclusão digital puramente instrumentalistas, para que as coisas não saiam do lugar.
De outro lado, a velha educação precisa dar lugar às perspectivas educacionais que privilegiem a aprendizagem de co-autoria, em que seja possível a construção de um modelo de Educação pautado na colaboração entre os sujeitos desse processo. Portanto não se trata de inclusão social se trata transformação social colaborativa. O simples fato de ter acesso as TIC e aprender a usá-las, não garantem em si mesmos a autonomia dos sujeitos da escola. É preciso equacionar o déficit cultural entre os que ensinam os velhos modelos aprendidos e os que já são digitais desde a ultra-sonografia.
Sem mobilização social, que consiga articular vontade política, desenvolvimento econômico e diversidade cultural, não é possível construir uma escola que consiga fomentar uma Educação transformadora, capaz não de incluir os sujeitos, mas que dêem a eles o poder de transformação.
Olá Jan,
ResponderExcluirmuito boas as reflexões postadas no blog. Você conseguiu desprender-se dos textos e ao mesmo tempo articular os diferentes temas que estamos discutindo, se apropriando deles de forma crítica.
Parabéns!
bj