terça-feira, 5 de abril de 2011

Capital x Informação

Desde sua existência o homem procurou formas ininterruptas de se relacionar. Para isso, conjuntos de signos e significados foram construídos da perspectiva de se estabelecer um padrão de linguagem na qual as trocas fossem possíveis, permitindo a construção de um legado cultural, fruto das relações e instituições construídas ao longo da história humana.


De lá para cá as sociedades construídas foram se moldando de acordo com as formas de relacionamentos estabelecidos. O período chamado de indiferente, foi marcado por hierarquias bastante definidas e locais, onde o poder estava associado ao latifúndio e à manutenção dos poucos privilegiados, detentores dessa condição. Tudo mais era reflexo de uma sociedade piramidal, onde uma massa era requisitada para servir seus imperadores. A via social era de mão única sem maiores variações.


Com o advento do capital e do desenvolvimento das máquinas a vapor, foi possível reconstruir as estruturas das relações sociais, a tal ponto de uma nova revolução encabeçada pela indústria, conseguir encontrar no trabalho e na mecanização sua principal moeda de troca. Estava instaurada a modernidade. Esse período perdurou, até a descobertas da Física Quântica, onde foi possível o entendimento e a manipulação do quantum de energia. Estava aberto o caminho para a possiblidade de armazenamento, processamento e envio de informações a longas distâncias.


Daí em diante o domínio desses processos deram origem ao surgimento de máquinas construídas especificamente para esse fim. A contemporaneidade foi marcada pelo desenvolvimento e aperfeiçoamento desses artefatos tecnológicos, promovendo mudanças na forma de se relacionar. Eis que surge a pós-modernidade.


Destacamos aqui, as formas de relacionamento promovidas pelas possibilidades desencadeadas pela proliferação da informação. Os vínculos, as vias de comunicação, a interação entre emissor-receptor, as relações espaço tempo, tudo demandou novas formar de pensar e de comunicar.


As primeiras gerações de tecnologias da informação e comunicação (TIC) iniciaram seu processo de implantação, ainda de maneira massiva e inspiradas em um referencial estático, onde o modelo de interação tendia ao formato via unilateral. O importante era disponibilizar grandes volumes de informação em uma plataforma estática e pesada. Ainda não havia espaço para interatividade.


Em uma segunda versão das TIC, um conjunto de protocolos encabeçados pela filosofia da WEB 2.0, deslocou essa a via única de comunicação de maneira a torna-la bilateral, abrindo espaço para relacionamentos em rede e práticas colaborativas, onde o importante não é o volume de informação, mas a magnitude das trocas. Isso permitiu a horizontalidade das ações desprivilegiando uma posição central nas relações.


Nessa perspectiva, a sociedade se encontra em uma região de conflito onde de um lado encontra-se o capital, ainda detentor dos meios de produção, inclusive dos meios comunicacionais; do outro a informação, capaz de destruir e reconstruir relações e significados, antes nunca questionados. A disputa entre capital e informação, constitui-se em um dos maiores debates do século XXI.

Um comentário:

  1. Oi Jan,

    Essa relação que vc faz sobre capital X informação é bem condizente com a nossa realidade.

    Um dos sentido da web 2.0 é derrubar as barreiras e fazer com que as informações circulem mais livremente. Vamos ver se com a horizontalidade das relações, as informações significativas ganham nesse embate.

    Abçsssss

    Ana

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